freepik |
“Isso se tornou um problema no imaginário masculino, que acaba promovendo uma cultura machista em lugar do cuidado com uma doença que pode ser fatal”, avalia Rodrigo Felipe, da You Saúde, operadora de planos de saúde. “A grande maioria sequer sabe que boa parte dos exames para identificação do câncer de próstata é feita pelo PSA, um tipo de exame de sangue”, complementa.
Isso, segundo ele, é o que explica a realidade do câncer de próstata no país. Em 95% dos casos diagnosticados, o tumor já está em estágio avançado, e muitas vezes já se alastrou para outros órgãos, tornando a cura mais difícil, quando não impossível. “O principal desafio no caso do câncer de próstata, diferentemente de outras campanhas de prevenção, não é de explicar os sintomas, mas de convencer os homens de que o exame, seja qual deles for, é mais importante do que acreditar que o toque pode afetar sua masculinidade”, explica o CEO da You Saúde.
O resultado está nos números da doença. De acordo com o Atlas da Mortalidade, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2020 houve 15.841 mortes de homens por câncer de próstata. O Ministério da Saúde, por sua vez, complementa os dados: no ano passado, houve 16.055 óbitos, ao passo que em 2022, até o mês de outubro, a quantidade de mortes registradas em 2020 já havia sido superada.
“Daí a importância do Novembro Azul. Este é um mês que busca alertar os homens e também as mulheres que têm companheiros, filhos ou outra relação familiar com adultos que precisam recorrer ao exame”, orienta o CEO. A indicação, explica, é para que o exame seja realizado no máximo a partir dos 45 anos para quem tem histórico de câncer de próstata na família, ainda que não apresente sintomas. Já para quem não tem esse histórico, é muito importante que o exame seja feito até os 50 anos de idade.
Sem comentários:
Enviar um comentário