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A Vitamina D costuma ser sinônimo de saúde. De fato, ela tem papel fundamental na produção de cálcio e de fósforo, que mantêm ossos e dentes mais fortes. Um organismo com quantidades adequadas do nutriente também sente melhora no sistema imunológico, pode apresentar fortalecimento muscular e pode até ser um reforço para o combate à diabetes. Por tudo isso, sobram produtos ricos em Vitamina D no mercado, e mais ainda pessoas que consomem livremente este nutriente.
O que pouca gente considera é que o uso excessivo de Vitamina D pode provocar sérias consequência à saúde. E foi esse o sofrimento enfrentado por Ellen Carvalho. Com um sério agravante para a paulistana: a super dosagem de Vitamina D aconteceu por recomendação médica. O objetivo do tratamento, realizado em 2019, era de fazer uma troca do método contraceptivo. A profissional que acompanhou Ellen aplicou a vitamina como parte de um protocolo de injetáveis, dentro da própria clínica, mas a estratégia acabou dando errada.
“Eu tive uma intoxicação de Vitamina D. Foram quase três meses passando muito mal. A minha urina tinha muita espuma, eu tinha náuseas direto, não conseguia nem dirigir o carro. Eu não conseguia comer porque tinha falta de apetite, uma fadiga tenebrosa. Tive coisas que nunca passei, como enxaqueca, dormência nos braços, rigidez nos dedos, dores articulares nos membros superiores e inferiores. Eu não conseguia nem lavar o cabelo de tanta dor nas articulações”, relata.
Por conta dos problemas, a jovem precisou ser levada para a UTI de um hospital em São Paulo, onde ficou 4 dias sob cuidados intensivos e por pouco não precisou de hemodiálise. “Eu sempre ouvi falar bem da Vitamina D e não imaginava que, mesmo com supervisão médica eu pudesse estar em risco” Depois disso Ellen precisou de meses para se recuperar, física e emocionalmente.
Dra. Sarina Occhipinti, especialista em Clínica Médica, que cuidou de Ellen na sua recuperação, após o incidente, revela que os quadros de hipervitaminose D estão ficando cada vez mais frequentes, principalmente pós pandemia, visto que a vitamina se provou efetiva para fortalecer a imunidade dos pacientes com COVID 19.
“Uma quantidade elevada de Vitamina D na corrente sanguínea, pode provocar absorção excessiva de cálcio intestinal, causando hipercalcemia aguda. Os sintomas iniciais são náuseas, fraqueza muscular e desidratação, que podem progredir para perda de apetite, perda de peso e até confusão mental. Há casos em que há comprometimento da função renal pelos efeitos vasoconstritores diretos no músculo liso das pequenas artérias renais. Por isso, a indicação de Vitamina D exige um controle cuidadoso e altas doses na forma de injetáveis devem ser contra-indicadas de rotina”, explica a médica.
Segundo Sarina Occhipinti, o tratamento para a intoxicação é a suspensão imediata do uso de Vitamina D, hidratação e se necessário uso de diuréticos associados.“O paciente deve entender que tudo em excesso no corpo faz mal de alguma maneira. No caso da Vitamina D, sabe-se que é necessária para várias funções do corpo e pode até ser uma estratégia em algumas doenças inflamatórias específicas, mas seu uso irresponsável pode levar até à morte”, adverte a médica.
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