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O aumento exponencial de casos de covid-19 nas últimas semanas coloca novamente a população em alerta. Maio teve uma média móvel de 31 mil novos diagnósticos positivos no país, enquanto, em abril, a taxa foi de 12 mil, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass). A alta tem sido puxada por 20 estados, sobretudo, os das regiões Sul e Sudeste. Belo Horizonte, por exemplo, registrou um salto de 334% em novas confirmações no intervalo de um mês: entre os dias 8 de abril e 3 de maio, foram 1.897, ante 8.233 no período de 6 de maio a 3 de junho, segundo registros dos boletins epidemiológicos emitidos pela Prefeitura. No Espírito Santo, o acumulado de 8.419 infecções nos nove primeiros dias de junho já supera (e muito!) o índice de 7.149 contabilizado em maio.
Infelizmente, o consenso de boa parte dos especialistas é que o crescente número de contágios indica o enfrentamento da quarta onda da pandemia. Ainda segundo os infectologistas, isso se deve ao quase total abandono das medidas sanitárias adotadas. Leia-se: uso de máscaras e o retorno a eventos sociais com aglomeração de pessoas, sem proteção. Além disso, as estações do frio favorecem a transmissão de infecções respiratórias, como a influenza, já que as pessoas tendem a permanecer mais tempo em ambientes fechados e com pouca circulação de ar.
“Por ora, não temos uma explosão de internações nos hospitais particulares das grandes cidades. Mas, notificamos, sim, um aumento de casos graves, embora em proporção menor ao crescimento de infecções leves e moderadas”, observa Rodrigo Felipe, presidente do Grupo First, responsável pela operadora You Saúde.
Ele relata ainda que os dados apontam que a maioria dos pacientes internados e em casos mais avançados não se vacinou, está com a vacinação incompleta ou são pessoas mais velhas e com comorbidades. “Grande parte dos vacinados é diagnosticada com quadros superficiais”, afirma.
Mas, enquanto essa informação se mostra positiva do ponto de vista de controle da doença, também sinaliza um perigo quanto à proliferação do vírus. Como os sintomas são leves, muitas pessoas não se testam e, consequentemente, não se isolam. Resultado: espalham a contaminação.
Ainda não é possível medir totalmente o estrago desta nova onda da pandemia. Para prevenir que o caos se reinstale, diversas cidades já voltaram a recomendar o uso de máscaras em ambientes fechados, como Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. A recomendação passa principalmente por unidades de saúde, escolas e transporte público, com indicação especial para os grupos mais frágeis: idosos, pessoas com comorbidades, imunossuprimidos e alguns grupos de trabalhadores, como caixas de supermercado, motoristas de ônibus e profissionais da saúde.
“Dentro do ambiente hospitalar e de clínicas de saúde, a máscara cirúrgica é um equipamento de proteção individual (EPI) e se tornou imprescindível em todos os ambientes internos desde o início da pandemia. É uma medida de segurança simples e efetiva e recomendamos que seja usada por nossos parceiros médicos e colaboradores, orientação também válida aos pacientes, com ou sem sintomas”, afirma Rodrigo Felipe.
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