terça-feira, 31 de maio de 2022

Tratamento por meio de fonoaudiologia pode reduzir risco de apneia


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As soluções para quem tem problemas para dormir costumam estar associadas ao uso de medicamentos da classe dos ansiolíticos. No entanto, os fármacos só são recomendados em última instância, após criteriosa investigação e adequado diagnóstico. Existem diversos tipos de distúrbios do sono que cursam com piora da qualidade e da quantidade de sono, sendo necessário tratamentos especializados, por meio dos quais são indicados os procedimentos mais assertivos. Dentre esses procedimentos, há um caminho que vem oferecendo resultados satisfatórios no tratamento de um dos distúrbios do sono mais frequentes, que é a apneia obstrutiva do sono: recorrer a um profissional de fonoaudiologia.

Os fonoaudiólogos especialistas na área do sono vêm ganhando espaço na atuação com os distúrbios respiratórios obstrutivos do sono nas últimas décadas. “Os profissionais da fonoaudiologia atuam diretamente na organização da musculatura e das funções orofaciais e faríngeas que podem estar comprometidas no indivíduo com roncos e apneia do sono, sendo assim, uma das opções de tratamento com boas respostas na melhora do ronco, das apneias e, consequentemente, da qualidade de sono e de vida”, explica Danielle Barreto, fonoaudióloga do Sono certificada Associação Brasileira do Sono (ABS) e consultora da Cmos Drake, indústria fabricante de Cpaps, equipamento para tratamento da apneia do sono.

Esse papel vai de encontro a um dos fatores causais comumente envolvidos na apneia obstrutiva do sono que é o relaxamento dos músculos das vias aéreas respiratórias, como a língua, parte mole do palato e paredes da faringe. O enfraquecimento ou o mal posicionamento dessa musculatura pode provocar a obstrução parcial ou total das vias aéreas, que tem como principal sintoma o ruído respiratório, que é o ronco.

“O fonoaudiólogo oferece uma intervenção chamada de Terapia Miofuncional Orofacial (TMO), que trabalha exatamente essas estruturas. Por meio de exercícios musculares isotônicos e isométricos, e do treinamento funcional, objetivamos melhorar o padrão muscular, fortalecendo a musculatura oral e faríngea e adequando as funções de respiração, mastigação e deglutição,” diz a fonoaudióloga .

Além disso, a fonoaudióloga Danielle Barreto esclarece que o profissional pode auxiliar na melhor adaptação do CPAP, aparelho que hoje é o principal tratamento recomendado para o combate à apneia do sono disponível no mercado. “É importante destacar que os distúrbios do sono são provocados por múltiplos fatores, o que exige muitas vezes que o atendimento ao paciente seja feito por dois ou mais procedimentos em conjunto. É cada vez mais comum e necessário, portanto, que haja uma intervenção interdisciplinar que envolve diferentes profissionais, a fim de proporcionar o adequado diagnóstico e conciliá-lo com os tratamentos mais assertivos”, afirma.

A importância do fonoaudiólogo torna ainda mais forte o argumento que vai contra o uso desenfreado de fármacos para qualquer queixa relacionada ao sono, sem o devido acompanhamento. Ela só reforça o fato de que é necessário combater o problema na raiz, o que inclui garantir o correto diagnóstico e o tratamento, ou os tratamentos mais indicados para cada caso, de forma a alcançar a melhora do sono que o paciente necessita.

A má qualidade do sono é um dos fatores que merecem ser observados, sem se esquecer de que há problemas tanto quanto ou ainda mais graves por trás dele. Ter um monitoramento completo é, portanto, o caminho mais seguro para transformar o pesadelo no sonho de dormir bem e com saúde.

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